Eu te busco na memória, mas não sei o que lembrar;
te vejo de costas para a vida, soltando a minha mão.
E eu fiquei aqui, olhando aquela flor que você me mostrou —
a propósito, ela continua a desabrochar.
Já você se fechou
e me fechou para o mundo.
Agora eu esqueci
o que estou fazendo aqui,
e me pego a refletir por tantas horas e meias,
esperando o trem, longe da estação;
onde as ondas também já não alcançam os meus pés.
Vez ou outra eu acordo e te olho sem te ver,
num retrato velho e manchado onde dizem ser você.
Você não estava com cara de adeus;
carregava algumas sacolas,
parecia que ia ficar —
assim como eu tenho tentado
ficar nesta vida.
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