Busco uma flor em meio a podridão, ao meio dia, sem parar;

O sol bate em meus ombros, e me pergunto: devo continuar?

Sigo meu caminho confusa, mas uma voz grita:

Continua! Você irá encontrar!

O suor escorre em meu rosto, não paro de procurar;

Ao redor: campos floridos, mas, a flor que procuro, também não está lá;

Peço ajuda, mas é inútil, ninguém consegue me escutar;

Cansada e desanimada, as lágrimas se misturam ao suor;

Ao meu lado, apenas: o desespero e a dor;

O tempo passa, o sol se despede, e a lua, silenciosamente, ocupa o seu lugar;

Silêncio e introspecção, sinto seu perfume;

Música e tintas, vejo suas pétalas;

Dança e movimento, tento alcança-la.

Alcancei, e estava o tempo todo dentro de mim, o amor próprio.