A maturidade e a sensibilidade revelam o que não se vê a olho nu.
Viver com o coração é mergulhar fundo, muito além da superfície rasa.

Engana-se, e muito, quem acredita que viver com o coração é deixar-se envolver pela fraqueza ou perder a razão. Pelo contrário: para viver assim, é preciso ter muita força.

O coração não é morada da vaidade, da arrogância ou do destempero; nele habita a empatia genuína e uma porção generosa de sentimentos bons.

Engana-se também quem pensa que viver com o coração é aniquilar a razão – sensibilidade não é fragilidade.
Viver com o coração não abre espaço para injustiças — e justiça é razão.

Por isso, julgamentos supérfluos são silenciados, e conceitos apressados, ignorados. Afinal, quem vive de pressa não enxerga um palmo além do próprio nariz.

Compreender alguém que vive com o coração exige silêncio e profundidade.
Todo o resto não passa de precipitações de sentimentos que habitam bem longe do coração.